Resenha do livro - "A Culpa é das Estrelas"

terça-feira, 8 de abril de 2014

Esse livro é incrível. O autor nos oferece uma história que vai acabar com seus sentimentos, literalmente. No decorrer dessa leitura, você vai rir, chorar e se emocionar ao extremo. Quando eu digo ao extremo, é ao extremo MESMO. Se esse livro fosse postado alguns anos atrás, talvez eu não teria tido coragem de lê-lo, por ter passado por um câncer na família, o que tornaria a leitura mais difícil justamente por trazer passagens e lembranças de uma luta complicada contra uma doença que acabou levando um ente muito querido. A história de Hazel e Augustus Waters é encantadora, linda, triste, alegre, comovente. Acompanhar o amor de dois adolescentes pacientes terminais que, mesmo assim vivem intensamente seus momentos, tentando preencher espaços que talvez nunca fossem ser preenchidos e se lançam de cabeça vivendo seus dias com a maior das intensidades. São apenas, 283 páginas, pois você no fundo com certeza iria querer mais. É um livro imperdível!

 A maneira como o autor expõe a doença, o diagnóstico, a esperança de cura, a desesperança, a luta, ainda mais quando se trata de adolescentes... É o que torna o livro incrível e especial, em todos os sentidos. 

SINOPSE: 
Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos — o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

Bom, já li esse livro mais de 6 vezes e não me canso de reler. Então, pra quem não leu, ele é maravilhoso! Leiam e não irão se arrepender, sério.


Mudanças...

Por que as coisas são assim? Eu me perguntava sempre que olhava no espelho e não via reflexo nenhum. Não consigo mais me reconhecer, a pessoa que eu era se perdeu, fugiu, não aguentou as dores e foi embora sem dizer adeus. Se eu sinto saudades do que já fui? Não sei. É muita coisa para questionar, muita memória para retroceder, muita angústia para contar e fazer os cálculos. Eu sei que mudei, me desculpe, eu não escolhi isso, a mudança foi inevitável, um dia acordei cansado, e no outro também, isso se repetiu por muito tempo, e o tempo faz isso com a gente, talvez você não consiga entender, talvez você não possa sentir o medo que corre nas minhas veias, é fácil pra você me dizer que já não me reconhece, porque também é fácil pra mim, nem eu me reconheço mais. Os dias se repetiram, dormi sem ar e acordei sufocado, estive em um sonho estranho e não conseguia acordar, não havia nada nele, apenas um quarto escuro e sem ar. Não havia uma janela de onde eu pudesse me atirar, ou uma saída de emergência. Um dia eu acordei mais cansado e já não sabia quem eu era, me senti tão leve que qualquer vento me derrubaria. Porém, fui uma criança feliz, porque não entendia o que era viver. Cresci e passei a perceber o que era, e não vi nenhuma graça nisso. Mas, precisamos sofrer pela falta de mudanças e sorrir para parecer feliz. Se entristecer por não receber ajuda e sorrir para parecer forte. Minha vida toda é resumida em fingimentos emocionais. Finjo ser alegre, mas vou dormir a cada noite com o peso do não entendimento entalado nas traqueias e quase paro de respirar em meio aos pesadelos, que infelizmente, são reais. Meu coração continua batendo, mas tenho a sensação de que ele já não quer mais me sustentar. A gente precisa sorrir e chorar bastante e descobrir o lado bom e o ruim de cada um. Precisa andar na chuva e no sol e sentir qual o melhor solo para se pisar. Precisa tomar uma boa taça de vinho e se lembrar de que é isso que os italianos fazem para viver mais. Precisa aprender a jogar algum jogo de cartas para, quem sabe, passar o tempo com os amigos na falta de luz. Precisa passear por alguns parques e ver os passarinhos namorando em árvores. Precisa comprar presentes e fazer os próprios cartões de felicitações. Precisa sentir a pele arrepiando com o outro entrando pela porta ou gostar de muita gente e amar apenas um. Precisa saber que é inocente, mas não se deixar ser a vítima. Precisa ter bom humor para o celular que acabou a bateria, o chaveiro que sumiu, a manhã que começou ou o amigo chamando no telefone. Precisa ler livros, dar livros de presente, sentir as palavras e até escrever um livro, se assim for. A gente precisa sentir os impactos, mas levantar do terremoto. Precisa lembrar sempre que há alternativas na vida, mas que a morte não tem saída. Precisa ter paciência no fim da festa, calma no domingo em família e atrevimento na oportunidade de emprego. Precisa ter um bocado de roupas coloridas e passar o verão de pés descalços. Aliás, precisa pisar na neve, na areia e na água. A gente precisa deixar uns entrarem e outros saírem. Precisa cozinhar ouvindo uma boa música e tomar menos remédios. Precisa fazer piadas sem graça e não entender outras tantas. Precisa rir do amigo que tropeçou e dar a mão para rirem juntos. Precisa tirar uma moça para dançar ou deixar um rapaz enlouquecido de paixão. Precisa deixar a lágrima cair e a garganta destravar. Precisa ser o momento triste e o momento feliz. A gente precisa arrumar a vida, deixar ela se desarrumar e tentar tudo outra vez. A gente precisa de muitas coisas, de uma lista imensa, de um abraço apertado, de um beijo calado, de ver desenhos nas nuvens e carregar crianças no pescoço… A gente precisa ir... Vivendo.
 
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